Por Débora Vieira, psicóloga clínica e editora da Rede Mãos Dadas
A Bíblia diz que “do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem.” (Salmo 24:1). Isso significa que, segundo a Palavra de Deus, a terra age como o seu Criador e Senhor; ela é generosa pois quem a “administra” é generoso.
Você alguma vez já parou pra pensar, em meio às frutas, verduras e legumes da sua feira da semana – seja ela no supermercado ou na rua fechada durante a semana – que, mais uma vez, cada alimento está lá em abundância, semana a semana? A terra nos alimenta a todos (apesar da injusta distribuição de comida que fazemos); ela em si é generosa e não para de ser.
Observando o que acontecia no Ano Sabático do povo de Israel entendemos de um jeito melhor esse processo generoso do Senhor e de sua terra. Você lembra como funcionava?
“Quando entrarem na terra que eu lhes dou, a própria terra guardará um sábado para o Senhor. Seis anos semearás o teu campo, e seis anos podarás a tua vinha e colherás o seu produto. Mas no sétimo ano haverá sábado de descanso solene para a terra, um sábado ao Senhor; não semearás o teu campo, nem podarás a tua vinha. O que a terra produzir durante o seu descanso será alimento para vocês: para você, para o seu servo e serva, para o seu trabalhador e para o estrangeiro que morar entre vocês; também para o seu gado e para os animais selvagens da sua terra.” (Levítico 25:2-4; 6–7)
Assim, durante o sétimo ano nenhuma semeadura nem colheita organizada podia ser feita. A terra ficava em repouso, produzindo naturalmente o que Deus permitisse crescer. O que nascesse espontaneamente podia ser comido por todos — donos, servos, estrangeiros, pobres e até animais. Isso criava um tempo de igualdade social e confiança em Deus — nesse tempo ninguém acumulava, todos compartilhavam o que a terra dava. E assim, nessa sabedoria do Generoso Deus, o solo também descansava (o que hoje podemos até entender como um princípio de sustentabilidade agrícola).
Nesse ano especial, enquanto a terra tinha sua folga, algo único também ocorria: dívidas eram perdoadas e escravos, libertos. Era um ano em que o foco estaria na confiança em Deus, não na força do braço humano. Era uma forma de lembrar que o povo de Deus e toda a criação dependem única e verdadeiramente do seu Criador — e que a vida não se sustenta apenas pelo trabalho, mas pela graça e generosidade do Senhor.
Que admirável a sabedoria de Deus, Dono de tudo (Sl.24:1)! Para Ele, cuidar da terra é um ato de fé e deve ser levado muito a sério. Quando o povo de Israel desrespeitou esse mandamento, o texto de 2 Crônicas 36:21 diz que o exílio veio “para que a terra desfrutasse dos seus sábados”. Ou seja, a terra também clama por justiça e descanso. Assim, nós, sendo chamados para sermos apenas mordomos dela, celebremos toda a sua generosidade com sabedoria e alegria!
Para meditar:
- Por que refletir sobre o meio ambiente pode nos fazer melhores entendedores de nossa própria identidade? Comente em família.
- Compartilhe uma experiência marcante que tenha tido em relação à natureza na sua própria história de vida. Deus falou com você através dela?
- Como podemos aproveitar ainda mais o meio ambiente no processo de educação das nossas crianças e adolescentes?