A ética da viúva

edicao17_p2bTemos de admitir que apesar das nossas boas intenções e iniciativas sinceras em prol das crianças, é comum desanimarmos antes que os bons resultados surjam. Parece que a nossa perseverança acaba muito antes que a injustiça e a opressão cedam lugar para o que é bom, justo e correto na vida daquela criança, família ou comunidade.

Precisamos da ética da viúva persistente apresentada por Jesus em Lucas 18. Paciência e perseverança são virtudes que Jesus aponta como absolutamente necessárias para uma vida de fé que busca a justiça de Deus na terra.

O juiz que “não temia a Deus nem se importava com os homens” acaba resolvendo o problema da viúva. Ele decide agir em favor dela não porque ficou sensibilizado com a sua causa, ou porque queria fazer justiça, mas simplesmente porque queria sossego: “Esta viúva está me aborrecendo; vou fazer-lhe justiça para que ela não venha mais me importunar”. Se um juiz injusto acaba atendendo a uma viúva, que dirá o nosso Juiz, justo e compassivo, Criador dos céus e da terra?

A ética da viúva começa com a certeza de que a causa é justa. Continua com a persistência que inclui saber cutucar, aborrecer, importunar a pessoa ou as pessoas certas. E termina com a fé; a certeza de que Deus se importa e quer ver o direito daquela criança respeitado, até mais do que nós mesmos.

Jesus contou essa parábola para nos animar a orar. “Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite?” A resposta é sim; ele tem prazer em vir ao nosso socorro. Mas aqui Jesus dá mais uma espetada: “Contudo, quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?”. Pois sem fé, não oramos; sem fé, não buscamos uma solução; sem fé, nos rendemos à preguiça; sem fé, passamos a lamentar os fracassos e esquecemos das vitórias já alcançadas. Sem fé, não há saída, caímos no desânimo!

O antídoto para o desânimo é a oração. A nossa primeira oração precisa ser: “Senhor, aumente a minha fé!”. Buscar ao Senhor, interceder, pedir sua intervenção, ouvir sua direção são práticas importantíssimas na defesa de direitos. Aliás, a oração é a nossa primeira e mais potente ferramenta. Vamos usá-la e acabar com esse desânimo?

De mãos dadas,
Elsie Gilbert

 

Autor(a): Elsie B. C. Gilbert, editora da Rede Mãos Dadas.