Há hoje pelo menos 23.9731 crianças e adolescentes em situação de rua no Brasil. Este levantamento foi feito em 75 cidades abrangendo todas as capitais e cidades com população superior a 300 mil habitantes.
Nestas mesmas 75 cidades existiam em 2000, 63.470.310 habitantes. Usando as porcentagens de evangélicos (divulgadas pelo IBGE) para cada cidade, havia uma população total de 11.338.315 evangélicos. Sabemos que estas cidades estão hoje com 70.125.209 habitantes (IBGE 2010), e que a população evangélica pode ter chegado aos 14.739.809 levando em conta as previsões de crescimento dos evangélicos2. Vamos supor, no entanto, que a taxa de crescimento tenha sido bem menor do que o esperado, digamos, 20% nos últimos 10 anos. Neste caso a população evangélica para as 75 cidades é de 13.606.038.
Em outro estudo, a SEPAL Pesquisas estima que a média de evangélicos por igreja é de 1853. Há igrejas muito maiores, mas há também milhares de igrejas bem menores. Se esta média estiver certa, teríamos 73.546 igrejas nas cidades onde o censo sobre crianças em situação de rua foi realizado.
Faça a conta. Seriam pelo menos 3 igrejas para cada criança ou adolescente em situação de rua (73.546 igrejas / 23.973 crianças). Será mesmo que um povo que ama a Deus e tem como principal mandamento o amor ao próximo não consegue mudar a vida da criança ou adolescente em situação de rua?
Notas
1. Primeira Pesquisa Censitária Nacional sobre Crianças e Adolescentes em Situação de Rua, Meta Instituto de Pesquisa de Opinião.
2. Pesquisa da CPS/FGV prevê que aumento dos evangélicos de de 15,4% para 20,22% da população até 2010 o que significa um aumento em torno de 30%. www.cps.fgv.br
3. Sepal Pesquisas. www.pesquisas.org.br
Revista Mãos Dadas Edição 27 – Boas Práticas