Adolescência: uma questão de perspectiva

Levando em conta os costumes da época, é provável que Maria tenha se achado grávida pelo Espírito Santo com menos de 15 anos. O Deus Soberano achou por bem dar a uma adolescente a tarefa de cuidar do Salvador do mundo!

Você diz: “Ah, mas o mundo mudou. Estamos em outro contexto”.

Concordo plenamente. Vivemos em uma sociedade em que o adolescente já não tem expectativas claras do que é ser um adulto responsável e ao mesmo tempo jovem, ou seja, um adulto com pouquíssima experiência. A rede de proteção, alicerçada na família, mas não restrita a ela, está cada vez mais desintegrada. E já não temos valores comunitários bem compartilhados calcados numa visão teocêntrica da vida em que há uma missão, o certo e o errado, e a convicção de que prestaremos contas de todos os nossos atos ao Criador.

Os adolescentes hoje sofrem pela nossa falta de firmeza com relação aos nossos valores. Eles têm de ter responsabilidade, só que na medida certa. Não podemos responsabilizá-los pelas incoerências do mundo adulto.

Precisamos resgatar a visão de Deus sobre o adolescente. Maria não foi a única adulta com pouquíssima experiência a quem Deus atribuiu grandes tarefas; temos também José do Egito, Davi e Daniel, para mencionar apenas alguns. Deus tem uma visão equilibrada do ser humano, que inclui todas as faixas etárias. E, independente da idade, Ele nos capacita ao mesmo tempo em que exige de nós responsabilidade, na dose certa.

A melhor forma de ajudar o adolescente é rever nossas expectativas (que andam muito negativas) com relação ao seu potencial e à sua capacidade de responder positivamente ao agir de Deus. Ao dizerem sim para Deus, mesmo em meio a uma fase turbulenta, poderão dizer como Maria: “Como sou bem-aventurado!”

De mãos dadas,

Elsie Gilbert

 

Autor(a): Elsie B. C. Gilbert, Editora da Rede Mãos Dadas.