Por Débora Vieira e amigos

Depois da Trilha de Oração do Dia das Mães aqui no #EspaçoFamília, estamos de volta com nossa série sobre conversas espirituais em casa! No primeiro texto da série, compartilhei um pouquinho da minha realidade como mãe de primeira viagem e também trouxe o relato de uma amiga minha, mãe de 2 filhos: um jovem adulto (26) e uma menina de 10 anos. Vimos que, porque temos a oportunidade de trabalhar de casa, temos mais TEMPO, mais chances, de criar ocasiões para conversar sobre Deus, de acordo com a realidade e demanda dos filhos. Devemos agradecer a Deus por este privilégio e aproveitar cada uma das oportunidades. No entanto, há outros contextos mais desafiadores.

No texto de hoje, veremos as falas de dois homens, pais, amigos meus em realidades diferentes também. O primeiro é o Paulo Correia. Já senhor, pai de 5 filhos jovens-adultos entre 21 e 31 anos. O segundo é o Weslley Santos, pai também, mas de um menino de 3 anos. Este e a esposa trabalham fora o dia todo. Como cada um faz para conversar sobre Deus com os filhos, no dia a dia, hoje?

O Paulo, pai dos cinco adultos, relatou: Quando meus filhos eram crianças, minha esposa e eu participávamos juntos com os cinco das intensas atividades da igreja para as idades deles; fizemos parte das equipes dos ministérios o quanto podíamos. Nossas conversas sobre Deus giravam muito em torno dessa rotina e lembro que isso fortalecia e renovava os laços entre nós como família. Agora, depois deles adultos, com questões de estudos, trabalho, casamento e vida social, ficou mais difícil a gente se reunir. Então utilizo muito da ferramenta WhatsApp para enviar textos de reflexões sobre várias áreas da vida, baseadas em ensinamentos bíblicos, mesmo para os que não estão envolvidos em alguma igreja hoje. Não mando versículos aleatórios, mas procuro sempre enviar uma Palavra que fale ao contexto atual do que cada um está vivendo. E assim conversamos.

Já o Weslley, pai do menino de 3 anos, conta: Minha esposa e eu trabalhamos fora o dia todo e o Dani estuda em tempo integral. Então não temos muito tempo com ele durante a semana. Nossa saída é aproveitar bem os momentos antes e depois da escola com uma rotina bem definida em que podemos mostrar os valores do Reino no cotidiano dele. No início, quando ele era bem pequenininho, era um pouco difícil de fazer essa rotina acontecer, mas insistimos e com o tempo ele foi vendo a previsibilidade da sequência das atividades, entendendo e gostando. Nessa rotina, tanto de manhã quanto à noite, o Dani tem o tempo de ler/ brincar com duas bíblias diferentes. A da manhã é mais simples, com somente um versículo. A da noite é mais completa, com histórias, e agora ele já conversa sobre o conteúdo, fazendo perguntas. Há dias em que a mãe dele e eu podemos estar mais cansados, mas por ele já estar adaptado à rotina, sempre pede pelo momento da Bíblia, com alegria. Ficamos sabendo que na igreja, ou quando pedem para alguém fazer uma oração, ele já se oferece para orar, pois entende o que é conversar com Deus. 

Que relatos preciosos! O que consigo tirar de comum em ambas as experiências, tão diferentes, é que os dois pais falaram sobre ROTINA para as crianças. Percebe? Paulo e a esposa tinham mais tempo com os cinco filhos. Weslley e a esposa, menos tempo. Mas os dois criaram uma estratégia ROTINEIRA de ter seu momento no dia para falar sobre Deus. Isso é especial, hein! A criança aprende a esperar por aquele instante, aprende a gostar daquela hora de conversa! E isso os marca para sempre. 

Pausa para um testemunho meu aqui sobre os filhos adultos de Paulo. Sou amiga deles e sei o quanto essa paternidade dele os marca até hoje. Quando ele fala sobre os textos de WhatsApp que envia de acordo com as realidades adultas de cada um, hoje, posso depor, pelos que sou mais próxima, que elas fazem toda a diferença para proporcionar reflexão sobre seus caminhos, segundo a Palavra. E olha, pensando aqui, esta estratégia é também de certa forma uma “rotina”! Sim, na medida em que os filhos já sabem e esperam que o pai, hora ou outra, vai enviar uma mensagem reflexiva sobre suas caminhadas. Faz parte da rotina de vida deles hoje.