Por Débora Vieira e amigos
Finalmente chegamos ao terceiro e último texto desta série “Conversas sobre Deus em família”. Até aqui, vimos quatro realidades de lares diferentes, em que pudemos perceber o quanto o tempo (texto 1) e a rotina (texto 2) se mostraram valiosos na construção dos espaços para conversas espirituais dentro daquelas casas. Alguma daquelas situações te inspirou? É parecida com sua realidade também? Se você não leu os textos anteriores ainda, veja aqui:
Conversas sobre Deus em família – 1
Conversas sobre Deus em família – 2
Hoje fechamos a série com duas realidades bem distintas também, mas que trazem igualmente um tesouro de ensino precioso para nós: a primeira realidade é a casa da Ana Paula, mãe de uma menina de 19 anos, um menino de 12, e o esposo não crente. O segundo contexto é o da Maria, que tem um filho autista de 8 anos e o esposo também não frequenta a igreja. Perguntei a elas como fazem para promover conversas sobre Deus em casa, em suas realidades, e elas me retornaram assim:
Ana Paula: Ontem mesmo falei sobre gratidão na mesa com as crianças e meu marido. Agradeci a Deus o alimento. No carro, por exemplo, que estou sempre com meu mais novo, falo do amor de Deus na prática e mostro como ajudar as pessoas na rua. Lembro muito da história do Bom Samaritano; eu não me considero super estudiosa da Bíblia, mas procuro viver essa prática do amor de Deus e ensiná-la aos meus filhos. Porém, realmente, em família tem dias que não é fácil: eu não to mais podendo falar de igreja com minha filha mais velha. Sobre Deus ela até ouve, mas não sobre igreja. E querendo ou não ela é referência para o irmão, que percebe tudo. E diante disso tudo estou aprendendo que não é meu braço que vai alcançar tudo, mas sim o braço de Deus. Há pouco tempo meu marido começou a ir à igreja comigo, apesar de ainda não achar super necessário. Mas é isso, estou aprendendo a viver um dia de cada vez.
Maria: Como trabalho o dia todo fora, o tempo é uma questão complicada para nós em casa. Saio muito cedo, volto tarde, já cansada. Meu marido também. Por conta da flexibilidade do trabalho dele, é ele quem acompanha o Michael na correria de todas as suas inúmeras atividades e terapias. Contudo, apesar disso, o mais complicado para nós ainda é a questão de prender a atenção dele por um período quando queremos conversar. Pra mim tem sido desafiador encontrar uma maneira de prender a atenção dele no tempo que tento contar as histórias da Bíblia pra ele. Tenho que parar e continuar várias vezes. Isso quando ele não fala “tá, mãe” para eu parar (risos).
Mas confesso que é muito bom perceber que, apesar de tudo, ele tem assimilado as coisas do jeitinho dele, sem muitas palavras. Quando falo “vamos dormir”, antes de deitar à noite, deixo a Bíblia fácil e ele já a pega e sobe na cama e fica lá me esperando. Quando termino de ler digo “glória a Deus” e ele responde “amém”. Fazemos nossa oração e, no final, quando falo “em nome de Jesus”, ele já diz “amém”. Meu coração fica quentinho de amor e alegria por ver que ele responde. E, aos poucos, ele já está ouvindo mais quando estou lendo a Bíblia. Agora que me dei conta que quando estou lendo a Bíblia ele deita e fica lá quietinho, ouvindo (risos).
Conversar sobre Deus em casa quando as circunstâncias são ou estão adversas, que desafio! Cônjuges não crentes, filhos em crise de fé ou condições de saúde limitantes. É possível ter uma casa com conversas espirituais nessas circunstâncias?! Ah, vimos que sim. Aleluia! Acompanhei de perto a vida da Ana e da Maria em meu último ministério na igreja local e vê-las se dedicando às suas casas me ensinou sobre amor na prática, resiliência, serviço. Conversam sobre Deus com seus amados através das atitudes – na tentativa de ser paciente, transparente, de perdoar e pedir perdão. De ser gente como a gente. Como Jesus foi.
A vida aqui não é perfeita. Mas Jesus nunca disse que seria. O que Ele disse, sim, é que apesar de tudo, ELE DARIA VIDA PLENA (Joao 10:10) – mesmo diante dos tantos desafios! Conversar sobre Deus num contexto desafiador exige um tanto mais de nós: exige renúncia, entrega, e uma dose maior de fé e de amor. É aí que o JEITO de Jesus entra na jogada: Ele dá sabedoria para o tempo e a rotina serem algo singular, único e especial. Ele orienta!
“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem.” (João 10:27)
Se você também vive um contexto desafiador em sua dinâmica familiar (e de certa forma todos vivemos!), te convido a vir conosco em nosso Mutirão Mundial de Oração 2025, que está estendendo o desafio de oração por todo o mês de Junho! Estamos orando por VIDA PLENA PARA TODAS AS CRIANÇAS. Clique no botão abaixo e coloque a vida da sua família, dos seus filhos, em oração. Jesus é que nos sustenta e SIM, PROMETEU VIDA PLENA A TODOS NÓS! Vamos juntos!