Dolma e minhas 45 respostas de oração

“Quero que encontre 45 crianças dispostas a fazer um intercâmbio de orações com as minhas”, disse Dolma, entregando-me as cartas escritas por órfãos tibetanos que vivem sob seus cuidados.

Assim saí do Nepal com uma nova missão. Havia aprendido muito sobre oração no pouco tempo que passara na companhia daquela mulher impressionante.

Dolma nasceu no Tibet budista e ainda criança fugiu para o Nepal com sua mãe quando a China comunista ocupou o país em 1959. Alguns anos mais tarde sua mãe morreu, vítima de tuberculose, e logo Dolma também contraiu a doença. O tratamento levou dois anos em um hospital. Ali, foi-lhe oferecida uma Bíblia, mas ela não tinha interesse pelo livro. Se Deus fosse bom, por que permitiria tantas perdas: primeiro de sua terra natal, depois de sua mãe e agora de sua saúde? O melhor seria mesmo morrer.

Mas um dia Dolma resolveu testar a Deus: “Se o Senhor é Deus, fale comigo”. E, abrindo a Bíblia, seus olhos caíram em Isaías 60.15: “Em vez de abandonada e odiada, sem que ninguém quisesse percorrê-la, farei de você um orgulho, uma alegria para todas as gerações” (NVI).

Naquele dia Dolma entregou sua vida a Jesus.

Mais tarde casou-se e teve um filho. Aos 5 anos o menino morreu vítima de câncer. Novamente, lutando contra a depressão, ela quis morrer. Até que um dia orou a Deus: “Senhor, se tu me deres vida, eu te servirei”.

Dolma começou a perceber que havia um grande número de crianças que poderiam ser seus filhos e filhas. Mas ela duvidava de sua capacidade para aquele trabalho, pois faltava-lhe a formação profissional. Vivendo esse dilema, Deus lhe falou por meio do profeta Jeremias: “Não diga que é muito jovem. A todos a quem eu o enviar, você irá e dirá tudo o que eu lhe ordenar. Não tenha medo deles, pois eu estou com você para protegê-lo” (Jr 1.7,8, NVI). Então passou a visitar os campos de refugiados tibetanos sem saber exatamente o que fazer. Em 1996, recebeu seu primeiro bebê, nascido de uma adolescente e pai desconhecido. Em um ano já tinha seis filhos. Com a ajuda de seu marido, alugou uma casa maior para alojar as crianças. Logo, já estava com 24 crianças em seis quartos. A casa era antiga e de construção barata, cheia de goteiras. Dolma recorreu às crianças pedindo que orassem.

Um dia o telefone tocou e um homem do outro lado disse: “Eu tenho o dinheiro de que precisa”. Dolma respondeu: “Você ligou para o número errado”, e desligou. Somente na terceira ligação foi que ela se deu conta de que um estrangeiro estava enviando o dinheiro necessário para comprar o terreno e construir uma casa para as crianças.

A passagem de Isaías 60.10 lhe veio à memória: “Estrangeiros reconstruirão os seus muros, e seus reis a servirão. Com ira eu a feri, mas com amor lhe mostrarei compaixão” (NVI).

Pensando bem, se eu orar, Deus me ajudará a atender ao pedido de Dolma: 45 crianças dispostas a se tornarem correspondentes de oração. Toda criança que topar este desafio será grandemente abençoada.

Interessado em interceder por uma criança tibetana? Entre em contato conosco. Crianças interessadas precisarão escrever cartas em inglês ou dispor de alguém que o faça por elas.

Autor: John Collier, é facilitador da Viva Network e foi um dos idealizadores da revista MÃOS DADAS