Minha filha Victória, 3 anos, costuma se fazer de mãe e me transformar em uma filha cujo nome é Carolina. Nessa troca de papéis, porém, há momentos constrangedores. No meio dos afazeres domésticos dessa mãezinha responsável se faz urgente uma interrupção de ordem prática: chegar a tempo no piniquinho!
E eu, disfarçada de Carolina, tenho uma oportunidade única de descobrir como estou me saindo no papel de mãe.
Sou um espelho com o qual a Vitória se guiará rumo à vida adulta. Ela me imitará em algumas coisas, rejeitará outras, mas a possibilidade de não ser influenciada por mim é quase nula.
Quero que meus filhos cresçam “em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens” (Lucas 2.52). Quero que “pratiquem a justiça, amem a misericórdia, e andem humildemente com Deus” (Miquéias 6.8).
Conheço também os obstáculos que terão de transpor; do remar contra a correnteza, um remar cansativo e desanimador. Ainda bem que Deus não impõe um vestibular de caráter quando chegamos aos 18 anos. Ele estende o prazo para adquirirmos o caráter de Cristo pela vida afora.
Isso não significa que a tarefa possa ser deixada para depois. Quanto mais parecidos com Cristo, tanto melhor para nós e para os que nos rodeiam. São grandes os riscos que correm os tolos, os insensatos, os ímpios (Sl 1.4). Daí a importância do tema: “Ser bom ou ser importante, uma questão de caráter!”
É tentador desanimar diante da meta de fomentar um bom caráter em crianças e adolescentes que vivem cercados por más influências.
A esperança está em dois fatores: a graça (ação divina) e a perseverança (resposta humana). Determinismo não faz parte da nossa agenda. Todos conhecemos alguém cuja infância dura foi superada dando lugar a um adulto feliz e íntegro.
Quanto ao meu desempenho, de acordo com esse espelho mirim de 3 anos, sou uma mãe cuidadosa e carinhosa, mesmo que um tanto autoritária e voluntariosa.
De mãos dadas,
Elsie Gilbert