Ao longo de sua história, a Igreja Holiness
caminhou com duas pernas: a busca
pela santidade e união entre famílias
O Brasil tem a maior população japonesa fora do Japão e carrega consigo uma história nipônica de luta e perseverança na proclamação do Evangelho.
Um exemplo é o surgimento da Igreja Evangélica Holiness no Brasil – iniciada por japoneses e construída pelos filhos deles. Em 1925, chegava no Porto de Santos (SP) o missionário japonês, Takeo Monobe. Ao mesmo tempo que ensinou a língua natal às crianças (várias vezes lavou os pés sujos de barro delas e cortou seus cabelos), ele percorreu quase todas as cidades, colônias e fazendas do interior de São Paulo onde havia imigrantes japoneses.
Ao longo da sua história, a Igreja Holiness caminhou com duas pernas: a busca pela santidade e união entre famílias. Osseikai (cultos de santificação) eram regulares e fortaleciam a esperança dos colonos. Visita aos lares foi a estratégia usada pelos evangelistas que percorriam dezenas de quilômetros de trem, a cavalo ou mesmo a pé.
A época mais sofrida foi durante a Segunda Guerra Mundial. Japoneses, alemães e italianos foram expulsos de suas casas e pastores foram presos.
“O Concílio de 1942 foi aberto com um clima de muita tensão. (…) Os cultos realizados em japonês foram severamente reprimidos. As publicações foram proibidas. (…) Em 1945, Shimekiti Tanaami e Takeo Kikuti produziram manualmente 600 exemplares de Bíblias para suprir as necessidades.”*
O Japão nunca havia perdido uma guerra. Por isso, muitos imigrantes não quiseram crer na derrota, o que gerou até mortes nas colônias.
Hoje a Igreja Evangélica Holiness do Brasil é composta por 35 igrejas locais, 4 congregações e 2 acampamentos espalhados por 9 estados brasileiros, além das 7 igrejas no Japão e do apoio a missões no exterior (Índia e China) e no Brasil (Tomé-Açu, no Pará). Desde 1986, o Instituto Amar Holiness atende 150 crianças em situação de risco em Suzano (SP).
* YAMAZAKI, Nagafumi (org). A História dos 65 Anos de Evangelização da Igreja Evangélica Holiness do Brasil. São José dos Campos, SP. 1998. p 46, 47.