Na corda bamba do tempo: Como conciliar família e trabalho, sem perder o equilíbrio.

Meu nome é Denise. Tenho 39 anos, sou casada e mãe de duas filhas (10 e 8 anos). Tenho uma casa para administrar. Exerço a função de assistente social há 17 anos na missão da Igreja Evangélica Missionária Pentecostal, em Sabinópolis, MG. Conciliar as funções de uma forma equilibrada tem sido um desafio, já que, a cada minuto, uma dessas forças procura se impor como mais importante, prioritária ou urgente que a outra.

O primeiro princípio que adotei, na prática, é que minha família tem a prioridade nas minhas escolhas. Isso porque entendo que se não cuidar direito da minha família, o trabalho desenvolvido na missão ficará também comprometido. Sei que o nosso exemplo como família poderá falar mais alto na comunidade. Sei também que ficarei com o coração em paz para realizar minhas outras funções. Escolhi estar em casa no mesmo horário que as crianças, quando posso assessorá-las nas responsabilidades escolares e no treinamento do dia-a-dia. (Entendo que, para algumas pessoas, o trabalho em tempo parcial não é uma opção. Mesmo assim, há outras escolhas que podem ser feitas para garantir tempo com a família.)

Tive de aprender a falar “não” em algumas circunstâncias, quando me procuram em casa. Às vezes é ruim, mas a família agradece e acabo ficando feliz, porque sei que fiz o melhor. Toda a família se envolve no serviço que executo na missão, participando diretamente, conhecendo ou permitindo que eu me ausente para alguma tarefa ou viagem. Nessa hora, o marido tem sido um ótimo companheiro, responsabilizando-se pelo cuidado das filhas. Enfim, a família entende que estamos servindo ao Senhor, à igreja e à comunidade, e acabam cedendo um pouco para que o trabalho seja feito.

Também costumam acontecer situações em que as crianças sentem ciúmes da atenção que estou dando ao trabalho. Nem sempre consigo estar totalmente certa do que fazer: terminar a importante tarefa ou atender aquele membro da família que necessita de uma atenção concentrada? É nessa hora que clamamos ao Senhor! Por momentos, a ansiedade toma conta; então é necessário parar e repensar as prioridades, lembrando que temos limites – físicos, emocionais, temporais – que precisam ser obedecidos para que continuemos com perseverança e alegria, seja em casa ou no trabalho.

O Senhor não espera que façamos tudo, mas que dependamos dele para fazermos o que nos é possível.

 

Autor(a): Denise Maranhão, é assistente social e há 26 anos trabalha no BEM, Bem Estar do Menor, no Vale do Rio Doce, MG. É também consultora do programa Claves. Ela, seu marido e duas filhas moram em Sabinópolis, MG.