O que Deus manda aos pais

O que Deus manda aos pais

Por Débora Vieira, psicóloga clínica e editora da Rede Mãos Dadas 

 

Como sua vida foi afetada pela paternidade? Como a vida da criança que está perto de você é afetada, hoje, pela relação de paternidade que ela tem na vida? Pais, positiva ou negativamente, exercem um papel único e fundamental na formação da identidade da criança e em sua visão de mundo quando adulta. Pensar em paternidade é pensar no papel do masculino – hoje, tão fragilizado, menosprezado e confundido em sua razão de ser, tanto fora como também dentro da igreja. 

Apesar de sabermos que o mandato cultural (Gênesis 2) ser para homens e mulheres, para toda a humanidade, nesse mês dos pais vamos procurar tirar os ensinamentos que o texto de Gênesis 2:15 traz para os homens. Vamos lá: 

“Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar.” (Gn.2:15)

Richard Phillips em seu livro Homens de verdade: o chamado de Deus para a masculinidade (Ed. Fiel), nos lembra que desde o Gênesis Deus especificamente coloca o homem no jardim para 1) cultivar e depois 2) o guardar. Deus cria um jardim perfeito, mas que para se manter lindo precisaria de cuidado. O homem tinha um trabalho, um propósito, muito antes do pecado vir ao mundo. O homem poderia cultivar o jardim com autonomia! Havia a regra de não comer de uma das árvores, sim, mas quanta beleza a desbravar e cultivar! Cultivo tem a ver com cuidado, com frutos sendo gerados, com um trabalho de conhecimento zeloso da semente e da planta. Tem a ver com arar, botar a mão na massa. Cultivo tem a ver com saber nutrir para gerar vida! O homem foi chamado para o cultivo! (Muitas vezes associamos a função de “nutridora” da família com a figura da mulher, não é? Como a que conforta, consola, alimenta com seu próprio corpo. Mas ela é também do homem, no sentido do esforço de manter a provisão, sim, mas muito além disso: o cultivo fala de ordem, presença, gerenciamento do tempo, cuidado – a vida em plenitude gerando vida.) 

Seguindo, além de “cultivar” o homem também tem o mandato para “guardar” o jardim. Ele trabalha nele, mas também zela por sua proteção. Como Phillips coloca: “Guardar é proteger e sustentar o progresso já alcançado” (p.26) Essa tarefa não é simples, pois exige do homem atenção e alerta – mesmo quando as coisas parecem estar bem. Não é uma posição confortável, de acomodação, mas ao contrário: exige estar pronto para socorrer possíveis danos e não permitir que a iniquidade avance. 

Ter um pai que cultiva e guarda o jardim com certeza faz toda a diferença na caminhada da vida. De um lado, é aquele que serve, põe a mão na massa para gerar uma vida que se sustenta, e de outro lado é aquele que se responsabiliza pela segurança e proteção, está alerta para garantir a paz. Você conhece um homem assim? Teve o coração nutrido na infância por alguém assim? E se não teve, como você percebe que Deus supriu seu coração? Nos próximos textos nos aprofundaremos mais.

Por hora, convidamos àqueles a todos que tiveram seus corações cultivados pelo Pai Celestial, lembrarem com compaixão de seus pais terrenos, ajudando-os a cumprir sua parte do mandato de cultivar e guardar o jardim que Deus lhes deu. Feliz Dia dos Pais!

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