Quem cuida de quem cuida?

Um dos maiores perigos em nossos relacionamentos é a polarização: um se especializa em dar e o outro, em receber. Não fomos criados assim – mão única. Somos interdependentes e a marca do ser humano é a troca, a capacidade de dar e receber.

No trabalho pelo resgate de crianças e adolescentes em situações de grande desvantagem, não é raro encontrar o agente social emocionalmente esgotado, seco, cansado. E aí, quem cuida de quem cuida?

Em primeiro lugar, é responsabilidade do próprio agente social buscar oportunidades de se restaurar física, emocional e espiritualmente. A falta de cuidado implica alguns riscos: o abandono precoce do trabalho, uma vida pessoal e familiar sofrível, relacionamentos rompidos e um agravo considerável daquele “complexo de salvador”, que todos nós temos um pouco.

Em segundo lugar, é responsabilidade da liderança de cada organização promover o bem-estar de seus trabalhadores, sejam eles funcionários, missionários ou voluntários. Algumas formas de perseguir esse alvo incluem a capacitação continuada, o aconselhamento individual e familiar, a promoção de atividades recreativas para trabalhadores e suas famílias, e o incentivo para que o trabalhador tenha o seu ninho acolhedor bem formado junto a uma comunidade de fé.

Em terceiro lugar, o cuidado de quem cuida é tarefa da comunidade cristã em geral. É aqui que nós entramos. A revista Mãos Dadas quer, nesta edição, fazer duas coisas:

Dizer a você, agente social cristão, que o seu trabalho não é vão. O que você faz tem valor eterno. Receba o nosso carinhoso aperto de mão.

Dizer a você, cidadão do reino de Deus, que o desafio continua e você tem muito a contribuir. Junte-se a nós. Mostre àquele amigo ou conhecido que trabalha com crianças em risco que você valoriza seu trabalho. O décimo segundo jogador de um time vencedor muitas vezes é a torcida.

De mãos dadas,

Elsie Gilbert.

Autor(a): Elsie B. C. Gilbert, editora da Rede Mãos Dadas.