A terceira tarefa é estar presente na hora certa. As parteiras que fizeram três dos meus quatro partos foram de extrema importância. Tenho carinho e admiração por elas. Ao final de horas de convivência com a dor intensa, a parteira recebe, em suas mãos, maravilha das maravilhas, uma vida! A nova mãe e seus ajudantes (incluindo o marido!) se esquecem da dor, do trabalho fatigante, dos momentos de angústia, diante do milagre da vida.
A última tarefa consiste em deixar ir. Parteiras não guardam para si os bebês que suas mãos receberam. Logo que a criança nasce, já se empenham em apoiar a mãe no cumprimento do seu papel de forma confiante e eficaz.
É por isto que eu fico chocada com a burrice de Faraó do Egito, aquele que ordenou que as parteiras, cujo prazer (e também a missão) é a vida, matassem todo menino hebreu recém-nascido. Quem teme a Deus, vê a vida como um grande presente, um grande mistério, fará tudo para protegê-la, assim como fizeram as parteiras, salvando os filhos das hebréias e indo contra o poder do Faraó (Êx 1.15-22).
O agente social cristão é um parteiro por excelência. Ele busca a confiança das pessoas a quem se propõe a ajudar, ele sente empatia pelo sofrimento do outro, trabalha para que as pessoas se desenvolvam em todo o potencial. Ele está presente nos momentos em que o milagre da transformação de vida acontece, se alegra, celebra e chora de alegria. E por fim, deixa que cada um siga o seu caminho, discernindo o momento certo de sair de cena.
Nem sempre o trabalho das parteiras é reconhecido, tampouco o dos agentes sociais cristãos. O objetivo desta edição é injetar ânimo em você, trabalhador do reino. Lembre-se, Deus não só viu o que as parteiras fizeram e as abençoou, como teve o capricho de registrar o fato na Bíblia para que ainda hoje esse exemplo nos abençoasse.
De Mãos Dadas,
Elsie Gilbert
Autor(a): Elsie B. C. Gilbert, editora da Rede Mãos Dadas.