Brinque 10 minutos com uma criança e viva uma transformação

Brinque 10 minutos com uma criança e viva uma transformação

Acredito que não seja a primeira vez que você ouve a frase: “para a criança, brincadeira é coisa séria!”. Gostaria de convidar você a dedicar os próximos cinco minutos a pensar no valor e benefícios de brincar com uma criança. 

Certa vez li uma frase que gostei muito, e trouxe para minha vida e trabalho: criança não diz “tive um dia difícil, vamos conversar?” ela diz, “vamos brincar?”

O que isso quer dizer: para alguns adultos, a conversa é uma das maneiras de aliviar o estresse, uma espécie de “desabafar”. Para “se livrar” de uma preocupação alguns adultos querem uma boa conversa com alguém de confiança, que o ame e que conseguirá compreendê-lo ou ajudar; e pode ser também que alguém prefira ficar quieto, em silêncio, ou se distrair fazendo outra coisa: sair de casa para dar uma volta, ou fazer exercícios, correr, subir uma montanha; quem sabe cozinhar (ou comer – risos). Qual é a tua maneira de desestressar?

A criança também passa por questões difíceis, por estresse, por problemas. São diferentes dos problemas dos adultos, mas são problemas também. Situações em que elas precisam de ajuda, que não sabem resolver. 

Já tive a oportunidade de jogar um jogo para trabalhar o tema das emoções com crianças e pré-adolescentes e sempre me surpreendo. Quando, no jogo de cartas, aparecem certas imagens, como por exemplo a carta com a imagem que representa a “calma”, eles expressam: “Ah! Era isso mesmo que eu queria, preciso de calma”. Ou, lembro que mais de uma vez as crianças olhavam a carta com a imagem que representa a “preocupação” e automaticamente começavam a dizer suas próprias preocupações –  como uma menina de 9 anos que disse: “estou preocupada, minha prima tem 16 anos, está grávida, e usa drogas”. Sim, a menininha simplesmente estava jogando um jogo da memória onde apareciam emoções, pegou uma carta com a qual se identificou e falou!

Por ter muitos exemplos como esse, tenho certeza em dizer que as crianças também têm seus problemas. Mas, ao contrário do adulto que já aprendeu diversas ferramentas para sair da situação (seja conversando com alguém, seja subindo uma montanha), a criança ainda não tem muitas ferramentas, ainda está aprendendo como lidar com as emoções (o que também  pode ser aprendido com técnicas ou em terapias) e é aí que entra o restante da frase “a criança não diz tive um dia ruim, vamos conversar? Ela diz: “Vamos brincar?”. Ela nos convida a fazer o que para ela é uma das principais maneiras de relaxar, desestressar. Muitas vezes, a criança não tem sequer a consciência de que ela precisa de ajuda, que está com problemas. Ela pode somatizar, isto é, ao invés de expressar seu problema, o guarda para si e isso pode afetar o seu desenvolvimento e relacionamentos. O que a criança sabe é que BRINCAR É BOM! Brincar faz dela uma pessoa melhor!  

Brincadeira é o mundo da criança.  O peixe mora no mar, as aves voam no céu, e a criança brinca, essa é a natureza! Simples assim!!  

Ao brincar a criança se desenvolve e aprende normas de convivência, dentre tantos outros benefícios. Todo o mundo infantil gira em torno do brincar. Isso não quer dizer que a criança não deva ter responsabilidades adequadas para a idade, e não deva estudar e se concentrar, perseverar. Não há um apelo ao brincar em detrimento de outras atividades que também são importantes para o seu desenvolvimento! 

Brincar é tão bom! Você já experimentou brincar quando precisa relaxar? Dar risada e se divertir é a melhor coisa que pode acontecer (por isso alguns adultos vão assistir uma comédia). Nosso cérebro produz serotonina, o hormônio do bem estar, quando rimos e relaxamos.  

O brincar pode ser uma das mais eficazes maneiras de adquirir conteúdos importantes. Tudo que você desejar ensinar para uma criança, poderá fazê-lo através do brincar, do faz de conta, do mundo da imaginação. E assim a criança conseguirá assimilar o conteúdo e ele se tornará aprendizagem. 

Eu trabalho numa área específica que é a de proteger as crianças de violências, e utilizo o brincar, para ajudar pais, responsáveis, cuidadores, professores e voluntários, a brincarem com as crianças como ferramenta para ensiná-las os conceitos sobre a proteção do seu corpo. É possível ensinar de várias maneiras, quando o tema delicado, o brincar cumpre muito bem o seu papel, quando utilizamos bonecos, ursinhos, jogos, músicas, danças, artes e dentre outras coisas  para ensinar sobre a autoproteção de maneira lúdica.        

Gostaria de animar você que tem crianças (sejam filhos, parentes, ou que trabalhe com crianças), que experimente brincar de brincar (risos). Brincar só para brincar, brincar só para que “tudo esteja no lugar certo”. Não é um super programa, um evento, mas é algo simples porém importante e efetivo. Você brinca com a criança, ela entende que você é uma pessoa boa e amiga, uma pessoa da sua confiança, ela relaxa e acredita que aquele ambiente é bom e agradável e isso tudo se torna prazeroso, para que ela tenha em você essa pessoa com quem ela pode contar e pedir ajuda para qualquer problema! 

Sei que para muitos de nós é desafiador separar 10 minutos por dia para brincar (longe do celular, e sem fotos desse momento, até que vire rotina, e tudo bem fazer alguns registros). Brinque, ria junto com a criança, se divirta. Ela se sentirá importante e esse será o melhor momento para que a criança compreenda que ela é prioridade e é amada.  

E que brincar vire rotina para que a nossa vida, a vida dos brincantes, seja transformada! 

Andrea Espirito Santo

casada com Andrew, ministra cursos de proteção à criança, dentre eles “O Lúdico que Protege de Abuso”. É autora da revista “Deus me criou vou proteger meu corpo”, da Ed. Cristã Evangélica. Você pode saber mais sobre ela e sobre os cursos, em sua página: www.espacodeprotecao.com.br

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