Educar a criança como a protagonista da sua educação – Parte 3

Educar a criança como a protagonista da sua educação – Parte 3

Reproduzimos um trecho do livro “Educar na curiosidade – a criança como protagonista da sua educação” escrito por Catherine L’Ecuyer. O livro é destinado a pais e professores. Recupera ideias sobre a educação que acolhe, aceita a criança como tal como ela é e cria oportunidades para que ela se desenvolva como protagonista de sua educação.

 

Como educar na curiosidade?

Por Catherine L’Ecuyer

A curiosidade é o que provoca o interesse nas pessoas. Segundo um estudo recente, o que faz uma história ser transmitida mais rapidamente na web é a curiosidade que provoca nos seus leitores. No estudo, realizado pela Universidade de Pensilvânia, foi analisada uma série de variáveis no que se refere à comunicação de vários artigos do New York Times durante um período de mais de seis meses. Contrariando a crença popular segundo a qual as pessoas procurariam conteúdos curtos, histórias superficiais, frívolas, escabrosas ou mórbidas, os conteúdos que fizeram mais sucesso foram os mais positivos, mais longos e que provocaram curiosidade em seus leitores. O estudo define a curiosidade como “uma emoção de transcendência pessoal, um sentimento de admiração e de elevação diante de algo que supera a própria pessoa. Invoca a abertura e a ampliação do espírito e uma experiência que faz a pessoa parar para pensar”. Isso é tudo uma descoberta para o mundo do marketing on-line e para os autores de ficção. Mas pode ser que seja também do ponto de vista da pessoa, principalmente no âmbito da pedagogia. A curiosidade é o que o provoca interesse. E se a curiosidade não fosse um mero sentimento? E se fosse, como diz Tomás de Aquino, o princípio do conhecimento? E se a curiosidade preexistisse como algo inato nas pessoas? Se for assim, então essa descoberta tem implicações que vão além do marketing on-line. Pode ser que tenhamos nos deparado com uma realidade, a curiosidade, que trabalha demais às cegas, por não encontrar com o que começar… belos conteúdos, com qualidade e que ampliem os horizontes da razão.

Está bem documentado que a organização neurológica – a estrutura física do cérebro, ou seu disco rígido, falando coloquialmente – possui um papel fundamental no desenvolvimento da criança. Mas a organização neurológica é o motor da criança? As pessoas que defendem essa postura puramente materialista do ser humano também defendem uma educação mecanicista, que vê a criança como uma matéria-prima sobre a qual trabalhamos para transformá-los no que queremos que seja. Segundo a educação mecanicista, não há natureza; tudo é programável. Os educadores mecanicistas se empenham em bombardear as crianças com estímulos externos – de fora para dentro – para desenhar seus circuitos neuronais com o objetivo de conseguir a criança à la carte, tanto do ponto de vista do seu comportamento quanto do ponto de vista cognitivo. Acreditam que a criança depende completamente do ambiente para aprender.

Com o avanço da neurociência e da pedagogia, cada vez mais pessoas acreditam que o motor da criança, a origem do que a coloca em movimento, vai além da organização neurológica. Cada vez mais pessoas acreditam que a origem do movimento é algo intangível, imaterial. Os gregos já diziam que o princípio da filosofia era a curiosidade, a primeira manifestação daquilo que é intangível e move o ser humano: o desejo de conhecimento. Milhares de anos depois, uma das mais reconhecidas pedagogas de todos os tempos, Maria Montessori, enfatizou a importância da curiosidade no aprendizado da criança. Nos últimos anos, a neurociência confirmou o pensamento de Montessori, questionando muitos dos paradigmas educacionais mecanicistas.

Então, se existia uma Elisa e um Alex com curiosidade, o que aconteceu? Como a perderam? O que aconteceu quando a curiosidade ausentou-se? O que podemos fazer para que Elisa e Alex a recuperem? Responder a essas perguntas é explicar como educar na curiosidade.

Leia a parte 1!

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4 Comentários

  1. Romildo Ramlow

    Excelente livro. Usei ele na
    Minha dissertação de mestrado em educação. Recomendo a todos os professores e pais!

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    • Equipe Mãos Dadas

      Olá Romildo! Agradecemos seu comentário! O livro é muito bom mesmo. Também recomendamos a leitura completa. Volte sempre e um forte abraço!

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  2. Márcia Henriques

    Que excelente matéria!!! Parabéns!! Parte 1, 2 e 3. Leitura recomendada para todas as pessoas que amam e se importam com as crianças.

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    • Equipe Mãos Dadas

      Oi Márcia! Agradecemos muito seu comentário! Aproveite para compartilhar a matéria! Volte sempre! Forte abraço!

      Responder

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